A Nissan aposta na terceira geração do Leaf como peça-chave para sua recuperação global. O modelo chega em formato de crossover compacto, baseado na plataforma CMF-EV, a mesma do Ariya. Com isso, o Leaf ganha 30% a mais de autonomia e terá preço inicial abaixo de US$ 30 mil nos EUA, tornando-se um dos elétricos mais acessíveis de 2026. Apesar das novidades, a Nissan enfrenta grandes desafios na produção no Japão. A fábrica de Tochigi reduziu a produção a menos da metade do planejado entre setembro e novembro. O problema não é a demanda, mas a falta de baterias adequadas.
A fornecedora AESC, com participação da Nissan, registra baixa taxa de aproveitamento na fabricação dos pacotes de baterias. Por isso, o volume necessário para cumprir o cronograma fica comprometido. Consequentemente, o Leaf pode chegar aos mercados com estoque limitado, justamente quando precisa impulsionar a recuperação da marca.
Estreia no mercado
O novo Leaf deve chegar às concessionárias dos EUA ainda em 2025, como linha 2026. No Japão, as vendas começam até o fim do ano, enquanto a Europa receberá o modelo em 2026. Contudo, a escassez de baterias ameaça o impacto do modelo. A Nissan encerrou o último ano fiscal com prejuízo de ¥670,8 bilhões (US$ 4,6 bilhões) e perdeu posição entre as dez maiores montadoras globais, após queda de 6% nas vendas no primeiro semestre.
Concorrência acirrada
O Leaf, que já foi pioneiro em eletrificação, agora enfrenta forte concorrência de Tesla, BYD e marcas japonesas como Honda. Se os problemas de fornecimento persistirem, a montadora corre o risco de lançar seu principal EV nos EUA com estoque reduzido, o que poderia enfraquecer sua retomada.
O novo Nissan Leaf chega com autonomia maior, preço competitivo e design moderno, mas enfrenta desafios sérios de produção. Para recuperar sua posição, a Nissan precisa garantir oferta suficiente e manter o modelo como referência no mercado de elétricos. O sucesso do Leaf será determinante para os próximos anos da marca.
