Guardado por 46 anos, Chevy El Camino 1979 segue em estado de 0km

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No mundo dos clássicos, alguns carros resistem ao tempo, mas poucos parecem realmente escapar dele. É o caso deste Chevrolet El Camino 1979, que se mantém praticamente intocado após 46 anos. Com apenas 1.300 milhas (2.092 km) rodadas desde novo, ele mais parece ter saído da linha de montagem ontem.

Foto: Bring a Trailer

Um carro guardado no tempo

O El Camino nasceu na fábrica de Leeds, no Missouri, e foi entregue à concessionária Frazier-Williams Chevrolet, em Milford, Ohio. Depois de alguns quilômetros rodados, o modelo seguiu para o Canadá, onde passou parte dos primeiros anos, antes de retornar aos Estados Unidos.

O mais impressionante não é o caminho que percorreu, e sim o que não aconteceu. O carro nunca foi modificado, nunca enfrentou longas viagens, nunca trabalhou duro e nunca viveu a rotina de um veículo comum. Em resumo, percorreu apenas o suficiente para sair da concessionária e ser guardado com todo cuidado.

Um retrato fiel dos anos 70

Lançado em 1959, o Chevrolet El Camino já tinha conquistado uma legião de fãs por unir o conforto de um sedã com a utilidade de uma picape. A versão de 1979 fazia parte da quinta geração (1978–1987), construída sobre a mesma base do Chevrolet Malibu.

Essa geração era mais compacta e refinada, voltada a quem queria praticidade sem abrir mão do conforto. O modelo trazia linhas mais quadradas, melhor aerodinâmica e um interior com estilo de carro de passeio. Sob o capô, o destaque ficava para o motor V8 de 305 polegadas cúbicas, ligado ao câmbio automático de três marchas. Na época, entregava cerca de 130 cv e 33,2 kgfm de torque — desempenho modesto, mas suficiente para o público-alvo da época.

Original em cada detalhe

O exemplar de 1979 mantém a pintura preta original (códigos 19L e 19T), combinando com o teto de vinil da mesma cor. O conjunto ainda inclui parachoques cromados, frisos brilhantes e protetores laterais, além de rodas Rally de 14 polegadas com pneus BFGoodrich Radial T/A instalados em 2022.

Ou seja, mesmo após décadas, a pintura ainda brilha como nova, e as borrachas e molduras permanecem em ótimo estado. A direção hidráulica facilita as manobras, enquanto o sistema de freios combina discos dianteiros e tambores traseiros.

Um interior digno de museu

Por dentro, a sensação é de ter entrado em uma cápsula do tempo. O banco inteiriço em vinil preto parece novo, e o painel, o volante e os comandos seguem intactos. O rádio AM/FM original da Delco continua funcionando, o ar-condicionado ainda gela e até as manivelas dos vidros operam com suavidade.

O velocímetro de 85 mph (137 km/h) e o marcador de combustível simples remetem a uma época em que dirigir era sobre a estrada, não sobre telas. No painel, o número “1.300” no hodômetro é real — um lembrete de que este carro viveu guardado, e não rodando.

À espera de um novo dono

Cansado de ficar parado, o El Camino agora procura um novo proprietário. O lote inclui manual do proprietário, chaves originais, planilha de montagem de fábrica e registros de manutenção de 2022, que confirmam que o carro segue em perfeito estado de funcionamento.

Além disso, o veículo tem título limpo da Pensilvânia e está sendo leiloado sem preço mínimo. Com quatro dias restantes, o lance mais alto é de US$ 8.500, valor que certamente deve subir, já que é raro encontrar um exemplar tão preservado.

Foto: Bring a Trailer

Portanto, o Chevrolet El Camino 1979 é mais que um carro antigo — é um fragmento preservado da história automotiva americana. Um modelo que sobreviveu quase meio século sem perder a originalidade nem o brilho de fábrica. Para colecionadores, é uma verdadeira cápsula do tempo. Para apaixonados por carros, uma lembrança de que às vezes, os melhores capítulos são aqueles em que quase nada acontece.

Quarenta e seis anos. Duas mil quilômetros. E um sobrevivente extraordinário.

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