A Volkswagen finalmente traçou um rumo mais claro para sua estratégia de eletrificação no Brasil. A marca anunciou que a partir de 2026, todo novo modelo desenvolvido na América do Sul terá pelo menos uma versão eletrificada. A novidade marca uma virada importante na linha regional da montadora, que até agora vinha apostando com cautela nessa tecnologia.
Primeiro híbrido nacional da marca
O primeiro fruto desse novo plano será um híbrido flex convencional, ou seja, que não precisa de recarga na tomada. O modelo será produzido em São Bernardo do Campo (SP) e usará a nova plataforma MQB37, uma evolução da base A1, empregada em carros como o Taos.
Essa arquitetura é um avanço em relação à atual MQB A0, que equipa modelos como Nivus e T-Cross, pois permite a eletrificação do conjunto motriz. Isso abre espaço para o desenvolvimento de veículos híbridos e até plug-in fabricados localmente.
T-Roc inspira nova geração de SUVs brasileiros
O T-Roc de segunda geração, lançado recentemente na Europa, será a base tecnológica para os próximos Nivus e T-Cross produzidos no Brasil. Lá fora, o SUV estreou apenas com motores híbridos leves, mas a marca já confirmou que o modelo também ganhará versões híbridas plenas, combinando o motor 1.5 TSI com um motor elétrico motriz — configuração que servirá de referência para o futuro híbrido brasileiro.
Estratégia até 2028
Segundo o plano da Volkswagen, até 2028 serão 21 lançamentos na América do Sul, somando novos modelos e reestilizações. Desses, oito já foram apresentados: Taos, T-Cross, Nivus, Amarok, Jetta, Golf GTI e o SUV Tera. Além dos híbridos convencionais, a montadora também prepara modelos híbridos leves e plug-in para a região.
Um histórico tímido na eletrificação
Mesmo sendo uma das maiores marcas do país, a Volkswagen ainda tem uma presença tímida no mercado de eletrificados. O único híbrido vendido até hoje foi o Golf GTE, lançado em 2019 em uma tiragem limitada de 99 unidades.
Os elétricos ID.4 e ID.Buzz são tecnicamente os únicos veículos com propulsão elétrica da marca disponíveis no Brasil, mas não estão à venda nas concessionárias. Eles fazem parte do programa de carro por assinatura, o que limita o acesso do público geral a esses modelos.
Com o novo plano, a Volkswagen busca recuperar terreno na corrida da eletrificação no mercado brasileiro. A partir de 2026, o consumidor poderá ver a marca alemã apostando de forma mais concreta em tecnologias híbridas e sustentáveis, algo que já é realidade entre concorrentes diretos. O desafio agora é conciliar eficiência, custo e produção local para tornar esses modelos competitivos em um país onde o etanol ainda é protagonista.
