Comparativo Novo Kwid E-Tech x Dolphin Mini: Qual oferece mais vantagens?

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Com a consolidação dos carros elétricos no Brasil, a discussão deixou de focar apenas no preço de compra. Hoje, para quem usa o carro no dia a dia, autonomia real, custo por quilômetro rodado e facilidade de recarga se tornaram decisivos. Nesse cenário, dois modelos se destacam como elétricos de entrada no mercado nacional, cada um com uma proposta bem diferente para o uso urbano.

BYD Dolphin Mini / Foto: BYD

De um lado está o Novo Kwid E-Tech, que aposta em simplicidade e preço inicial mais acessível. Do outro, o Dolphin Mini, líder de vendas da categoria, que entrega mais autonomia e um pacote técnico mais completo. A seguir, o comparativo mostra como cada um se comporta na prática.

Desempenho comercial e posicionamento

O compacto da BYD sustenta a posição de elétrico mais vendido do país, com cerca de 2,8 mil unidades emplacadas por mês. Já o modelo da Renault passou por atualização recente, mas ainda não aparece com destaque nos rankings da Fenabrave.

Mesmo assim, o preço de R$ 99 mil do elétrico francês chama atenção e pode ser decisivo para quem quer entrar no universo da eletrificação gastando menos. Em contrapartida, o hatch chinês custa oficialmente R$ 119,9 mil, embora promoções e vendas diretas reduzam bastante essa diferença.

Autonomia real evidencia propostas diferentes

Na prática, a autonomia é o ponto que mais separa esses dois elétricos.

O modelo da Renault utiliza uma bateria de 26,8 kWh, com autonomia homologada de 185 km pelo Inmetro. No uso urbano real, os números costumam variar entre 150 e 170 km, dependendo do trânsito, do estilo de condução e do uso do ar-condicionado. O consumo médio fica entre 14,5 e 15 kWh a cada 100 km, ajudado pelo peso reduzido, próximo de 965 kg.

Já o elétrico da BYD conta com bateria LFP Blade de 38,8 kWh e autonomia homologada próxima de 280 km. No uso diário, é comum alcançar entre 230 e 260 km, com consumo médio levemente melhor, variando de 13,5 a 14,5 kWh/100 km. Mesmo mais pesado, com cerca de 1.239 kg, o carro se beneficia do gerenciamento eletrônico mais eficiente e da estabilidade da química LFP.

Na prática, isso muda totalmente a experiência. Enquanto um exige recargas mais frequentes, o outro permite rodar vários dias sem precisar conectar o carro à tomada.

Custo por quilômetro rodado faz diferença no dia a dia

Considerando um valor médio de R$ 0,90 por kWh em recarga residencial, os custos ficam bem claros.

Renault Kwid E-tech / Foto: Reprodução

O elétrico da Renault gasta cerca de R$ 13,50 a cada 100 km, o que representa aproximadamente R$ 0,13 por quilômetro rodado. Já o rival da BYD apresenta custo ligeiramente menor, com gasto próximo de R$ 12,60 por 100 km, ou cerca de R$ 0,12 por km.

Pode parecer pouca diferença, mas no médio prazo ela pesa, especialmente para quem roda bastante na cidade, como motoristas de aplicativo ou profissionais que dependem do carro diariamente.

Recarga influencia diretamente o uso cotidiano

Outro fator decisivo é a recarga.

O modelo francês aceita recarga em corrente alternada de até 7,4 kW, levando cerca de cinco horas para uma carga completa em wallbox residencial. No entanto, ele não oferece recarga rápida em corrente contínua, o que limita bastante o uso fora do ambiente urbano.

Já o hatch da BYD aceita recarga AC de até 6,6 kW e também recarga rápida DC de até 40 kW. Assim, é possível recuperar de 30% a 80% da bateria em cerca de 30 minutos, ampliando o raio de uso e reduzindo a dependência de longas paradas.

Conjunto mecânico também pesa no consumo

Em termos de desempenho, o elétrico da Renault entrega 65 cv e 11,5 kgfm de torque. O rival oferece 75 cv e cerca de 13,8 kgfm, o que garante retomadas mais suaves e acelerações menos exigentes para o sistema elétrico.

Essa diferença não transforma o uso urbano, mas contribui para uma condução mais equilibrada e, consequentemente, para um consumo mais eficiente no dia a dia.

Qual faz mais sentido no longo prazo

Quando o foco é rodar mais gastando menos, o Dolphin Mini se mostra mais vantajoso no cenário atual. A maior autonomia reduz a frequência de recargas, enquanto o custo por quilômetro segue baixo mesmo com uma bateria maior. Além disso, a possibilidade de recarga rápida amplia bastante a versatilidade de uso.

O ponto negativo está no preço. Oficialmente, ele custa cerca de 20% a mais que o concorrente. Ainda assim, com descontos para CNPJ e campanhas promocionais, o valor pode cair para perto de R$ 103,5 mil, tornando o pacote ainda mais competitivo.

Já o Novo Kwid E-Tech segue como uma porta de entrada válida para a eletrificação. Ele atende bem quem roda pouco, tem rotina previsível e busca o menor investimento inicial possível. Porém, sua proposta é mais restrita, com menos autonomia, menos equipamentos, menor espaço e uso urbano mais limitado.

No balanço geral, para quem pensa em custo de rodagem, praticidade e uso contínuo, o elétrico da BYD entrega hoje o conjunto mais equilibrado entre os modelos de entrada vendidos no Brasil.

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