O novo Honda WR-V 2026 vem chamando atenção no mercado brasileiro e não é por acaso. Segundo dados parciais da Fenabrave, divulgados nesta terça-feira, o SUV de entrada da marca japonesa somou 3.001 emplacamentos em dezembro, garantindo a 24ª posição entre os carros de passeio mais vendidos do mês. Para um modelo recém-chegado, o resultado é considerado bastante expressivo.
Além disso, o bom desempenho não acontece de forma isolada. Pelo contrário, ele ajuda a explicar um movimento interessante dentro da própria Honda, já que parte dos consumidores passou a optar pelo WR-V no lugar das versões iniciais do HR-V.
Um sucesso que afeta o irmão maior
Nos últimos dias, as vendas das versões EX e EXL do HR-V ficaram abaixo das registradas pelas versões equivalentes do WR-V. Esse cenário reforça a ideia de que o novo SUV está canibalizando as configurações de entrada do HR-V, algo que já era esperado por analistas do setor.
Por outro lado, as versões mais caras do HR-V, como Advanced e Touring, equipadas com motor turbo, seguem estáveis e sem queda relevante nos emplacamentos. Ainda assim, o HR-V como um todo apresentou retração em relação a novembro, enquanto o WR-V ganhou espaço.
Mesmo conjunto mecânico, propostas diferentes
Boa parte dessa disputa interna se explica pelo fato de os dois modelos compartilharem a mesma base mecânica nas versões de entrada. Ambos utilizam o motor 1.5 flex aspirado, que entrega até 126 cv de potência e torque de até 15,8 kgfm, sempre aliado ao câmbio automático CVT com simulação de sete marchas.
Apesar disso, o HR-V leva vantagem no consumo. No uso urbano, ele faz 8,8 km/l com etanol e 12,5 km/l com gasolina, enquanto o WR-V registra 8,2 km/l e 12 km/l, respectivamente. Na estrada, a diferença também favorece o HR-V, ainda que não seja tão grande.
Equipamentos quase iguais
Quando o assunto é tecnologia e segurança, as diferenças são mínimas. Nas versões EXL, ambos oferecem seis airbags, controles de tração e estabilidade, faróis full-LED, câmera de ré, sensores de estacionamento e pacote Honda Sensing com ACC e assistentes de condução.
A central multimídia é compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, há rodas de 17 polegadas e acabamento caprichado. O ponto que pesa a favor do HR-V fica por conta do ar-condicionado digital de duas zonas, já que no WR-V o sistema é de zona única.
Dimensões que surpreendem
É justamente no tamanho que o WR-V mais conquista o consumidor racional. Mesmo sendo posicionado como SUV de entrada, ele é maior que o HR-V em pontos importantes. O entre-eixos é 4 cm maior, o que ajuda no espaço interno, e o porta-malas tem 458 litros, contra 354 litros do HR-V.
Esse ganho prático faz diferença no dia a dia, principalmente para famílias ou para quem precisa de mais espaço para bagagens, compras ou viagens.
Preço mais competitivo faz a diferença
Outro fator decisivo está no valor cobrado. As versões EX e EXL do WR-V custam R$ 144.900 e R$ 149.900, respectivamente. Já o HR-V parte de R$ 163.200 e chega a R$ 170.900 nas mesmas configurações.
Ou seja, o consumidor leva mais espaço e preço menor, abrindo mão basicamente de pequenos refinamentos e de um consumo um pouco melhor.
Resultado positivo para a Honda
Mesmo com essa disputa interna, o saldo para a marca é bastante positivo. Somando os dois modelos, as vendas passaram de 6.304 unidades em novembro para 7.151 em dezembro, crescimento superior a 13%, mesmo com o mês ainda em andamento.
Além disso, o WR-V não rouba clientes apenas do HR-V. Segundo fontes do setor, ele tem atraído compradores que antes estavam em hatches e sedãs, ampliando o alcance da Honda em diferentes segmentos.
Vale mais que o HR-V?
No fim das contas, a resposta depende do perfil do consumidor. Para quem busca mais espaço, bom pacote de equipamentos e preço mais acessível, o WR-V surge como uma alternativa muito interessante. Já quem prioriza consumo um pouco melhor e itens de conforto mais sofisticados, pode continuar olhando para o HR-V.
O fato é que o Honda WR-V 2026 chegou forte, mexeu com o mercado e mostrou que, dentro da própria marca, ele já se tornou um protagonista inesperado.
