Inovação: Salão de Munique marca a volta de híbridos e motores a combustão

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Quem imaginava que os salões de automóveis estavam em declínio se surpreendeu com o Salão de Munique, encerrado no último domingo. Embora não chegue aos tempos de glória do Salão de Frankfurt, que se destacava pelo número de expositores e visitantes, o evento mostrou que os fabricantes europeus estão de volta e prontos para competir com as marcas chinesas, que aproveitaram a onda elétrica para chamar atenção.

Foto: Patrick George

Carros elétricos e híbridos em destaque

Os elétricos foram protagonistas do evento, como sempre. Entre os modelos que se destacaram estavam o BMW iX3, Mercedes-Benz GLC EQ, VW ID.Cross e o Audi Concept C, este último ainda conceitual, mas com linhas quase definitivas. A Hyundai Ioniq 3 também brilhou, enquanto os chineses Xpeng P7 e Xiaomi YU7 mostraram que vieram para disputar espaço.

Para o Brasil, o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, revelou que as próximas gerações do T-Cross e Nivus terão versões híbridas básicas e completas, baseadas no T-Roc europeu.

Além dos elétricos, motores a combustão em versões híbridas chamaram atenção, como o novo Clio, Kia K4, Porsche 911 Turbo S T-Hybrid (711 cv e 81,6 kgf·m) e a primeira station híbrida plugável da BYD, Seal 6 DM-i Touring.

O presidente da BMW, Oliver Zipse, reforçou que a proibição da UE à venda de motores a combustão em 2035 é um erro, defendendo os híbridos como solução de transição enquanto os elétricos enfrentam desafios de preço, tempo de recarga e infraestrutura.

Impactos globais das marcas chinesas

Enquanto o Brasil demorou a reagir à presença chinesa, o México elevou a alíquota de importação de veículos chineses de 20% para 50%, alegando que os preços baixos prejudicam a indústria local. A China protestou, mas a medida se mantém por enquanto.

No Brasil, a alíquota para importação de carros é de 35%, com exceção de elétricos e híbridos, que ficaram isentos entre 2015 e 2023. A BYD aproveitou para importar mais de 70.000 veículos em poucos meses, enquanto outras marcas não se movimentaram devido ao custo elevado. A partir de julho, o governo federal retomou gradualmente a alíquota de 35%.

Na União Europeia, as marcas chinesas também enfrentam impostos de até 45% sobre elétricos importados. Como resposta, a BYD constrói fábricas na Hungria e planeja outra na Turquia, tentando escapar da taxação.

Volkswagen Tera: o SUV compacto que se destaca

O VW Tera, primeiro SUV compacto da marca, vem conquistando espaço no mercado brasileiro. Em vendas, aparece entre os 10 mais vendidos, com destaque para as versões de entrada e topo de linha.

  • Versão de entrada (R$ 105.890): motor 1.0 flex de 84 cv/77 cv, câmbio manual de 5 marchas, acelera de 0 a 100 km/h em 13,8 s. É o único SUV da VW com frenagem autônoma de emergência de série nessa configuração.

Foto: Motor1
  • Versão High 1.0 TSI (R$ 141.890): motor turbo de 116 cv, câmbio automático de 6 marchas, acelera em 11,7 s. Conta com freios a disco nas quatro rodas, bom acabamento, espaço traseiro adequado e carregador de celular por indução com ventilação.

O SUV se destaca por comportamento seguro em curvas, estabilidade direcional e tela multimídia de 10,1 pol. de excelente qualidade.

GWM Haval H9: robustez e tecnologia chinesa

O GWM Haval H9 chega ao Brasil em versão única Exclusive TD480, com motor 2.4 L turbodiesel de 184 cv e câmbio automático de 9 marchas. O SUV combina desempenho fora de estrada, espaço interno e tecnologia, com destaque para:

  • Três fileiras de assentos com saída de ar-condicionado e ajustes elétricos nos bancos dianteiros.

GMW Haval
  • Teto solar panorâmico, vidros duplos, central multimídia de 14,6 pol. com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.

  • Frenagem integrada IBC, mais rápida e precisa que a convencional.

Apesar do porte, mostrou-se ágil no fora de estrada, filtrando bem impactos, mas a massa elevada limita acelerações (0-100 km/h em 13 s). Preço: R$ 319.000.

Constante Transformação

O Salão de Munique 2025 mostrou que o mercado automotivo europeu e global segue em transformação. Os elétricos e híbridos chamam atenção, mas motores a combustão ainda têm papel de transição. As marcas chinesas chegam fortes, trazendo competitividade e pressionando fabricantes locais, enquanto SUVs compactos e grandes conquistam público com tecnologia, segurança e versatilidade.

O cenário indica que o futuro dos automóveis será híbrido e elétrico, mas o caminho ainda envolve adaptação tecnológica e estratégia de mercado. Para o consumidor brasileiro, opções como o VW Tera e o Haval H9 mostram que há espaço para inovação, conforto e desempenho, mesmo com preços e impostos variados.

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