A Concorrência que se cuide: Toyota Corolla Cross reage e busca espaço

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Depois de um período turbulento, o Toyota Corolla Cross começa a dar sinais claros de reação no mercado brasileiro. O SUV médio, que vinha de um dos momentos mais delicados desde o lançamento, voltou a crescer em dezembro e reacendeu o alerta nos principais concorrentes do segmento.

Toyota Corolla Cross / Foto: Divulgação

Em novembro, o modelo registrou apenas 1.465 emplacamentos, número considerado muito abaixo do seu padrão histórico. No entanto, dezembro já mostra um cenário diferente, com 2.428 unidades licenciadas até o momento, segundo dados parciais da Fenabrave. Ou seja, mesmo sem fechar o mês, a recuperação já aparece de forma concreta.

O que provocou a queda nas vendas

Para entender esse tombo, é preciso olhar além do mercado. Um forte incidente climático no fim de setembro atingiu a fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz, no interior de São Paulo. Como consequência, a produção em Sorocaba foi interrompida temporariamente e, depois, retomada apenas com versões híbridas, já que os motores passaram a ser importados do Japão.

Com isso, as concessionárias receberam majoritariamente as versões mais caras, o que impactou diretamente o volume de vendas. Ainda assim, a expectativa é positiva, pois a fábrica de Sorocaba deve voltar à operação normal entre o fim de janeiro e o início de fevereiro de 2026.

Números mostram o tamanho do prejuízo

Antes do problema climático, o desempenho era outro. Entre janeiro e setembro, o SUV acumulava 51.973 unidades vendidas, contra 42.471 do Jeep Compass, uma vantagem confortável de mais de 8.500 carros.

Depois da paralisação, porém, o cenário mudou rapidamente. Em outubro, foram 3.609 emplacamentos e, em novembro, o já citado recorde negativo. Como resultado, a liderança anual entre os SUVs médios mudou de mãos.

Até o dia 30 de dezembro, o Compass soma 60.563 unidades, enquanto o modelo da Toyota aparece com 59.474, uma diferença relativamente pequena de 1.089 veículos. Portanto, com a produção normalizada, a disputa promete esquentar novamente.

Versões, preços e dados técnicos

Mesmo com as dificuldades, a linha segue completa e bem posicionada no mercado, oferecendo opções para diferentes perfis de consumidores.

Corolla Cross 2.0 XR Direct Shift 2026
Preço de R$ 188.990, motor 2.0 flex de 175 cv, torque de 21,3 kgfm e câmbio CVT Direct Shift. Mede 4,46 metros de comprimento e tem porta-malas de 440 litros.

2.0 XRE Direct Shift 2026
Custa R$ 191.190 e mantém o mesmo conjunto mecânico da versão XR, com foco em um pacote de equipamentos mais equilibrado.

2.0 XRX Direct Shift 2026
Sai por R$ 207.990 e adiciona mais itens de conforto e tecnologia, mantendo o motor 2.0 flex e o câmbio CVT.

Cross 2.0 GR-Sport Direct Shift 2026
Com visual mais esportivo, tem preço de R$ 214.590, sem mudanças mecânicas, mas com proposta mais dinâmica.

Corolla Cross 1.8 Hybrid XRX CVT 2026
A versão híbrida custa R$ 219.890, combina motor 1.8 flex de 101 cv com sistema elétrico e aposta em eficiência e menor consumo.

Recuperação também atinge o Corolla

Enquanto isso, o sedã Corolla vive situação parecida, embora com efeitos menos severos. A produção em Indaiatuba também foi afetada, o que derrubou as vendas em novembro para apenas 1.034 unidades, o pior mês do ano.

Agora, em dezembro, o sedã já soma 2.123 emplacamentos, mostrando que a retomada acontece de forma gradual. Diferente do SUV, porém, o Corolla manteve a liderança entre os sedãs médios, ajudado pelo desempenho mais fraco do BYD King nos últimos meses.

No acumulado do ano, o Toyota soma 33.021 unidades, enquanto o rival chinês registra 12.280, menos da metade.

O que esperar daqui para frente

Com a produção prestes a ser normalizada e a rede abastecida novamente com todas as versões, a tendência é de recuperação consistente em 2026. O histórico de vendas mostra que, em meses positivos, o SUV já passou das 7.700 unidades, o que reforça seu potencial de reação.

Assim, se o ritmo de dezembro se mantiver, a concorrência realmente precisa ficar atenta. O jogo ainda está aberto, e o segmento de SUVs médios promete uma disputa intensa nos próximos meses.

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