O recém-lançado SUV compacto da Toyota no Brasil chegou com boa expectativa, mas o resultado nos testes de segurança do Latin NCAP ligou um sinal de atenção. A avaliação mais recente deu apenas duas estrelas, nota considerada baixa para um modelo atual e de marca tradicionalmente bem avaliada nesse quesito.
Apesar de trazer seis airbags e controle eletrônico de estabilidade de série, o conjunto geral não foi suficiente para garantir um desempenho mais robusto.
Como foi o desempenho nos testes
Os números mostram onde estão os pontos positivos e as principais falhas. O modelo obteve:
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77,01% em proteção ao ocupante adulto
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69,29% em proteção infantil
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55,60% em proteção a pedestres e usuários vulneráveis
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58,14% em assistência à segurança
O impacto frontal revelou estrutura estável e boa integridade do assoalho, só que o peito do motorista ficou com proteção marginal, tanto no teste frontal quanto no impacto lateral de poste. Isso já puxou a nota para baixo.
A proteção das crianças foi considerada boa quando instaladas de costas com sistema Isofix, como recomendado. Porém, a ausência do interruptor para desligar o airbag do passageiro, somada à falta de sinalização exigida pelo Latin NCAP, reduziu parte da pontuação.
Onde o SUV mais decepcionou
A maior crítica ficou para os sistemas de assistência. A proteção de pedestres variou entre regular e baixa porque o carro não traz frenagem autônoma de emergência (AEB) com detecção de usuários vulneráveis. Além disso, não oferece assistência de velocidade, algo que vem se tornando padrão em concorrentes diretos.
Sem esses itens, o modelo não consegue pontuar em áreas importantes do protocolo, que vem ficando cada vez mais rígido.
O secretário-geral do Latin NCAP, Alejandro Furas, foi direto: disse que o desempenho da Toyota foi “muito deficiente” e citou rivais como Renault Kardian e Volkswagen Tera como exemplos de evolução recente. Para ele, a marca teria relaxado seus padrões internos e precisa retomar o nível de segurança que já ofereceu.
Yaris Sedan e Hatch repetem o mesmo cenário
Além do SUV, as versões Sedan e Hatchback também ficaram com duas estrelas. Os modelos feitos na Tailândia e no Brasil obtiveram 65,79% para adultos e 63,85% para crianças, mas sofreram com exatamente as mesmas falhas: ausência do interruptor do airbag dianteiro, proteção de pedestres apenas média e falta de sistemas ADAS essenciais.
Inclusive, o resultado também vale para a configuração vendida na Colômbia, importada da França.
O desempenho geral mostra que a Toyota tem espaço claro para melhorar sua estratégia de segurança na América Latina. Embora a estrutura do veículo seja estável e itens básicos estejam presentes, a falta de tecnologias de assistência e detalhes simples, como o desligamento do airbag do passageiro, foi determinante para a nota baixa.
Num momento em que concorrentes diretos vêm ampliando recursos de proteção ativa, a expectativa é que a marca atualize seus modelos e recupere o padrão que já foi referência na região.
