Brasil já tem novas normas para manutenção de carros elétricos e híbridos

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A manutenção de carros eletrificados no país está prestes a entrar numa nova fase. A ABNT apresentou a PR 1025, primeira diretriz brasileira criada para definir a qualificação de profissionais que atuam com alta tensão. Desde já, a norma surge para organizar o setor e, além disso, aumentar a segurança de quem utiliza veículos híbridos e elétricos.

Foto: Renault

A diretriz foi elaborada pela ABNT junto ao IQA, depois de dois anos de debates com montadoras, oficinas, Senai, centros de pesquisa, Sindirepa e Anfavea. Por isso, o documento chega como um passo importante no esforço de padronizar procedimentos em todo o mercado.

Três níveis de qualificação

A nova norma estabelece três níveis de capacitação. Com isso, cada técnico passa a ter limites claros de atuação.

Nível 1
Voltado a serviços mecânicos e rotinas básicas dentro do veículo. Nesse estágio, o profissional não atua diretamente em sistemas de alta tensão.

Nível 2
Indicado para intervenções de baixa tensão e apoio ao especialista responsável. Assim, o trabalho acontece sob orientações mais rígidas.

Nível 3
Habilita o técnico a lidar com módulos de potência, inversores, motor elétrico e bateria de tração. São áreas críticas e, por isso, exigem excelente preparo.

Além dos níveis, a PR 1025 determina que o profissional comprove 160 horas de formação específica ou dois anos de experiência, além de treinamento adicional de 40 horas. A certificação, por sua vez, precisa ser renovada e ajustada ao tipo de tecnologia que o veículo utiliza.

Mais segurança para o consumidor

Com a frota eletrificada crescendo rápido — já que houve aumento de 89% nas vendas em 2024 e produção acima de 126 mil unidades em 2025 — muitos veículos estão saindo da garantia. Por consequência, o movimento em oficinas independentes aumentou bastante.

Sem padronização, porém, o consumidor fica vulnerável a serviços feitos sem preparo adequado. A nova norma tenta combater isso ao exigir procedimentos internacionais de segurança, ferramentas específicas, EPIs, áreas isoladas e instrução comprovada. Dessa forma, o risco de acidentes envolvendo alta tensão diminui.

Oficinas que fizerem reparos sem técnicos certificados poderão, inclusive, perder respaldo técnico e jurídico caso aconteça algum incidente.

Quando começa a valer

A PR 1025 está em Consulta Nacional, etapa final antes da validação. Depois da oficialização, montadoras, redes de pós-venda, oficinas e instituições de ensino precisarão revisar currículos, contratos e rotinas. Enquanto isso, o setor já discute como será a adaptação.

A expectativa é que a mudança aconteça de forma gradual. Assim, técnicos certificados passarão a ser identificados com mais clareza e, por fim, consumidores poderão exigir comprovação antes de liberar qualquer serviço.

A PR 1025 representa um avanço essencial para acompanhar o ritmo da eletrificação no Brasil. Além de tornar o setor mais seguro, a norma ajuda a formar profissionais alinhados às complexidades da alta tensão. Dessa forma, consumidores ganham respaldo e o mercado se prepara melhor para a expansão dos híbridos e elétricos no país.

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